Já vi tudo. A viela continua deserta. Só cá estou eu, a falar sozinho - como o tolo que devo ser.
Ócapa. Não seja por isso. O blog é um bom blog, como dizia o outro, e mesmo não havendo necessidade, assim comássim, quanto mais não seja há-de servir como arquivo para as minhas notas e fotos sobre e de Guimarães. É que já deu algum trabalho fazer isto, ó camaradas, sabíeis? Não vou agora deitar fora o candeeiro, só porque aos meninos a coisa afinal não interessa. Ora bolas, mas está bem. Para que raio foram vocês falar em fazer um blog para reunir a malta dos anos 70? Hem?
Pois. Compreendo. É nestas alturas que se entende como pode o silêncio ser o mais eloquente dos discursos...
30.10.04
9.10.04
_ Olha lá, o que foi feito de...?
Trinta anos depois, lá nos encontrámos e pusemos a escrita mais ou menos em dia. Éramos só três, o D., o E. e eu, mas estiveram também, pelo menos na conversa, o Alfredo (sem o Al inicial), o B., a Ana (pronuncia-se a-i-ána), o S., o L., alguns outros que já se foram, bons camaradas, como o Alexandre e o R., recordados com saudade; e estiveram também connosco lugares do antigamente, a Quintã, a Póvoa no Verão, Vilar de Mouros 72, o "ciclo" da velhinha Escola João de Meira, as "reuniões" no Largo do Carmo (ou será Jardim do dito, não me recordo exactamente), as "festas" e os "bailes" na cave deste e daquele, mais as "barrasquices" que fazíamos então, ó juventude inconsciente, o melhor que se leva desta vida.
Com mais ou menos brancas no cabelo e na memória, foram umas horas bem passadas. O jantar foi excelente, no Florêncio, ali "na estrada para S. Torcato": menu de bucho assado com batatas a sério, farinheira picante, salada com vinagre de vinho tinto, leite-creme com açúcar por cima torrado a ferro (de engomar, seria?, como quando éramos putos); tudo isto regado com tintol genuíno, directo da pipa, servido em malgas de loiça, uma maravilha, a gente até vê a cor a escorrer. Enfim, aquilo a que se costuma chamar um jantar de arromba - para mim, porque os outros dois comensais pareceram-me estar habituados a banquetes como deve ser.
Dali fomos até ao centro histórico de Guimarães, agora promovido - e muito justamente - a património histórico da humanidade, onde existem bares e esplanadas à discrição. Escusado será dizer que, de forma recatada e com imensa parcimónia, mandamos vir umas poucas cervejolas e mandamos também vir com a situação política, o Governo, o Cavaco, a Outra Senhora e coisas que tais.
Mas foi ali que resolvemos (re)abrir "a viela", que era um dos nossos locais de encontro nos idos de 70. Agora em versão estritamente virtual, a ideia é que aqui se (re)encontrem os companheiros desses velhos tempos; por assim dizer, este blog será um misto de Café do Aníbal e da nossa viela ao fundo da rua, aquela que tinha um único "lampião" e onde a gente se reunia para salvar o mundo, resolver os problemas da Pátria, fumar umas quantas substâncias ilícitas (o tabaco era menos proibido do que é hoje, lembram-se?) e tentar engatar umas "gaijas" ou, ao menos, falar disso pelos cotovelos.
Eu cá, peregrino e lisboeta adoptivo, depois desta inesquecível viagem ao passado, numa cidade radicalmente diferente, em quase tudo menos nas pedras, nos sítios e nas caras, tenho muito gosto em reabrir a viela, para que toda a malta aqui possa vir falar um bocado. Como isso se irá processar, tecnicamente falando, veremos no futuro, conforme a coisa tiver maior ou menor adesão.
Para já, amigos, a "biela" está aberta e o candeeiro único ligou-se outra vez.
Com mais ou menos brancas no cabelo e na memória, foram umas horas bem passadas. O jantar foi excelente, no Florêncio, ali "na estrada para S. Torcato": menu de bucho assado com batatas a sério, farinheira picante, salada com vinagre de vinho tinto, leite-creme com açúcar por cima torrado a ferro (de engomar, seria?, como quando éramos putos); tudo isto regado com tintol genuíno, directo da pipa, servido em malgas de loiça, uma maravilha, a gente até vê a cor a escorrer. Enfim, aquilo a que se costuma chamar um jantar de arromba - para mim, porque os outros dois comensais pareceram-me estar habituados a banquetes como deve ser.
Dali fomos até ao centro histórico de Guimarães, agora promovido - e muito justamente - a património histórico da humanidade, onde existem bares e esplanadas à discrição. Escusado será dizer que, de forma recatada e com imensa parcimónia, mandamos vir umas poucas cervejolas e mandamos também vir com a situação política, o Governo, o Cavaco, a Outra Senhora e coisas que tais.
Mas foi ali que resolvemos (re)abrir "a viela", que era um dos nossos locais de encontro nos idos de 70. Agora em versão estritamente virtual, a ideia é que aqui se (re)encontrem os companheiros desses velhos tempos; por assim dizer, este blog será um misto de Café do Aníbal e da nossa viela ao fundo da rua, aquela que tinha um único "lampião" e onde a gente se reunia para salvar o mundo, resolver os problemas da Pátria, fumar umas quantas substâncias ilícitas (o tabaco era menos proibido do que é hoje, lembram-se?) e tentar engatar umas "gaijas" ou, ao menos, falar disso pelos cotovelos.
Eu cá, peregrino e lisboeta adoptivo, depois desta inesquecível viagem ao passado, numa cidade radicalmente diferente, em quase tudo menos nas pedras, nos sítios e nas caras, tenho muito gosto em reabrir a viela, para que toda a malta aqui possa vir falar um bocado. Como isso se irá processar, tecnicamente falando, veremos no futuro, conforme a coisa tiver maior ou menor adesão.
Para já, amigos, a "biela" está aberta e o candeeiro único ligou-se outra vez.
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